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Como mudar de vida? Se jogando!

Todos os dias recebo emails com essa pergunta. Como mudar de vida? O que fazer primeiro? Qual a maneira de se preparar? As pessoas querem um manual a ser seguido, um roteiro, um percurso. Algo como “vá até o ponto x, vire a direita, conte dois passos, chegou!”. Sei como é. Passei por isso.

Há dois anos tive essa insegurança também. Queria mudar de país, mas não no escuro. Queria o “caminho das pedras”. “Entrevistei” milhares de amigos. Fui a 200 advogados. Mandei emails longos que pareciam questionários. Bombardeei até desconhecidos que tinham essa experiência no currículo. “Como mudar de vida”era o que eu precisava saber!

Como mudar de vida?

Quando decidimos finalmente pela mudança eu me sentia quase que preparada emocionalmente. Achava que sabia o que ía encontrar. Que nada me surpreenderia. Afinal eu tinha conversado com tanta gente!! Já sabia detalhes da vida, da adaptação. Já imaginava os perrengues, as dores e delícias. Nem me sentia embarcando numa aventura rumo ao desconhecido!

Ledo engano. Hoje, olhando pra trás, vejo que toda minha preparação foi quase inútil. Cheguei sabendo tudo e nada ao mesmo tempo. Sim, porque eu cheguei sabendo tudo que as pessoas me contaram. Mas tem coisas que ninguém conta. E tem coisas que só você passa. Só você sente. Cada história é uma história e cada pessoa é única.

Não é fácil…

Todo mundo me dizia da sensação de segurança e liberdade e isso eu também senti de cara. Mas ninguém mãe disse que às vezes, no meio da madrugada, a gente se pega pensando se fez a coisa certa. Todo mundo me contou sobre como abrir a conta no banco, como construir meu crédito, como comprar carro, mas ninguém me falou sobre lidar com a saudade da família. Todo mundo me alertou sobre a escola das crianças, a adaptação a nova língua, a jornada tripla, mas ninguém me avisou sobre a solidão profunda que eu sentiria nos primeiros meses, mesmo cercada de gente.

Hoje, quando alguém me pergunta o que fazer antes de mudar eu indico tudo que me indicaram. Advogados, gerentes de banco, contadores. Dou os contatos que tenho. Compartilho minhas experiências. Faço questão de ajudar. E, por isso mesmo, eu também pergunto sempre: “você quer mesmo fazer isso?”e explico em seguida que não é tão fácil quanto parece. Se vejo que a pessoa está em dúvida digo pra pensar. Pra refletir. Pra ver que existem coisas boas e ruins nessa mudança.

Mas a maioria me escreve certa da mudança. Não aguenta mais o país, o trabalho, a vida. Não aguenta mais a falta de oportunidade, de liberdade, de paz. Pra essas pessoas, eu dou, além dos conselhos de praxe, o mais importante de todos, na minha opinião: SE JOGUE. Sabendo que lá embaixo não tem rede e ninguém pra te segurar. Mas que se o impulso for bom, você pode pegar um trapézio e voar gostoso!

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