As minhas filhas recebem todas as vacinas do calendário. Tudo dentro do prazo. Tudo como manda o figurino. Me dá arrepios imaginar que eu possa esquecer alguma e, por isso mesmo, estou sempre de olho na carteirinha. Pensei que todos os pais fossem iguais. Que isso fosse praxe. Engano meu! Dia desses fui surpreendida com a informação de que o movimento antivacinas cresce a cada dia no mundo!

Europa, Estados Unidos e Brasil. Esses três países tem entre seus cidadãos muita gente que é contra as vacinas. Mesmo a Organização Mundial da Saúde dizendo que vacinar é uma das formas mais efetivas e de menor custo para reduzir a mortalidade infantil!!

Entre as ações pregadas por esse movimento estão retardar o início da vacinação até que o sistema imune esteja mais maduro. Outra coisa que eles pregam é separar as vacinas para absorver o remédio isoladamente. E, por fim, aumentar o tempo entre as imunizações. Ainda de acordo com esses pais, as vacinas desregrariam o sistema imunológico da criança já que são feitas a partir de um remédio não natural.

Vacinas tem a ver com o coletivo

O problema é que a escolha, aparentemente individual, afeta todo mundo. Uma população imunizada impede a propagação do vírus. O contrário também pode acontecer. Autoridades chegam a temer a volta de doenças relativamente simples, já erradicadas. Em entrevista ao site do dr Dráuzio Varella o dr Gabriel Oselka, médico, professor de Pediatria na Universidade de São Paulo e presidente da Comissão de Imunizações da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo disse que os grupos antivacinas tem representado um problema sério. Não para os médicos nem para o serviço de saúde que as prescrevem. Mas para as crianças que deixam de ser vacinadas por falsas noções que esses grupos defendem.

“O exemplo mais preocupante que se tem no momento é o do Reino Unido, onde se espalhou o conceito de que a vacina combinada, aquela contra sarampo, caxumba e rubéola, seria a causa de autismo, uma doença grave e dramática. Depois que essa afirmação destituída de qualquer base científica foi divulgada surgiram inúmeros trabalhos de grande extensão. Esses estudos foram realizados em diferentes partes do mundo, mostrando categoricamente que a afirmação é falsa. Entretanto, nos últimos cinco ou seis anos, as coberturas vacinais, que eram elevadíssimas no Reino Unido, caíram muito e estão aumentando os casos de sarampo. As coisas chegaram a tal ponto que o governo se viu obrigado a adotar medidas agressivas para inverter a situação, até agora com sucesso parcial”, explicou.

Vacinas são seguras

Segundo o médico as vacinas são extremamente seguras e é muito raro provocarem reações graves. “Na verdade, hoje estamos vivendo um paradoxo. As vacinas são de certa forma vítimas de seu próprio sucesso, porque as pessoas acabam perdendo a memória do que as doenças representavam antes de serem controladas pela vacinação e saem por aí dizendo: “Por que vou tomar vacina contra sarampo, por exemplo, já que a doença nem mais existe?”, diz. E completa: “Se todos pensarem assim, o sarampo volta e repete o estrago que fazia. E não é só ele. Voltam a tosse comprida e o crupe que eram causa de morte em crianças, mortes que foram evitadas porque se controlou a incidência dessas enfermidades exclusivamente com a utilização das vacinas”.

Infelizmente parce que a opinião de especialistas não gera a aceitação esperada. Aqui nos EUA um pediatra da Califórnia ficou famoso depois de postar uma mensagem a esse respeito no facebook. O texto que viralizou diz que pacientes dele serão vacinados no tempo certo queiram os pais ou não. O Dr. Mike Ginsberg explica o post. “Tenho pacientes que são prematuros com pulmões e corações fracos. Eu tenho filhos com doença cardíaca congênita complexa… Em resumo, eu tenho pacientes que têm verdadeiras necessidades especiais e verdadeiros problemas de saúde que poderiam sofrer ferimentos graves ou morte por causa de sua crença mágica de que seu filho é de alguma forma mais especial do que outras crianças e que o que é bom para outras crianças não é bom para o seu filho. ”

Segundo ele está mais do que comprovado que as vacinas são o maior milagre da medicina moderna. “As vacinas ajudaram a aumentar a vida útil dos indivíduos nos Estados Unidos em cerca de 30 anos, com um excelente registro de segurança. Não dá para tolerar um movimento como esse”.