Pressão online e aumento nos suicídios
Nas redes sociais todo mundo é feliz. Bonito. Magro. Saudável. Todo mundo é realizado. Viaja. Compra. Conquista. Na vida real pouca gente é assim. A maioria tenta ser feliz. Se esforça pra melhorar a aparência. Para ganhar mais. Parcela uma viagem dentro do próprio estado. Faz carnê em loja de roupa. Mas a pressão da vida perfeita faz os adolescentes não enxergarem a realidade e o suicídio é hoje a segunda principal causa de mortes de crianças e jovens em idade escolar (12 a 18 anos) nos EUA. A primeira são os acidentes.
Pressão on line
O volume impressiona: a taxa de suicídios infanto-juvenis, segundo o governo americano, é maior que a soma das mortes por câncer. Mais do que as mortes por doenças cardíacas e respiratórias. Ultrapassa problemas de nascimento, derrame, pneumonia e febre. E o mais chocante: os pesquisadores são unânimes em apontar uma das principais causas desse aumento assustador. Trata-se da pressão que as redes sociais exercem.
As disputas por seguidores e likes fazem os adolescentes competirem por desempenho. Aparência. Poder aquisitivo. O perfil precisa ter atrativos como o dos ídolos ou, no mínimo, da menina mais popular da escola. Quando isso não é possível começam os problemas de auto-estima. Começam os complexos. O bullying. Coisas com as quais eles simplesmente não sabem lidar.
“Adolescentes e crianças sempre tiveram a sensação de uma audiência imaginária, de que todos estão sempre olhando para eles”, conta uma especialista no assunto. “Com as redes sociais, a experiência de ser vigiado e julgado o tempo todo aumenta”, avalia.
Mas o que fazer então? Proibir o acesso a um fenômeno que faz parte da geração deles é no mínimo loucura. Vigiar o que estão vendo, quem estão seguindo e conversar sobre o assunto é uma possibilidade. Mas acho que o melhor mesmo é fazer nossos filhos aprenderem a valorizar a vida que eles tem. O jeito que são. E perceberem devagarinho que o que importa não é o número de curtidas e nem o engajamento. Mas o amor que eles tem em casa!