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Não quero que você morra, mamãe!

Você vai morrer, mamãe?

Você vai morrer, mamãe?

Semana passada, quando liguei do Brasil pra falar com minhas filhas e dizer que em 3 dias estava voltando pra casa, Nina perguntou: “mas e se o avião cair e você morrer?”. Disse que o avião não ía cair e eu não ía morrer (ainda bem que não aconteceu,aliás!!). Ontem, ao ir buscá-la na escola, o assunto voltou a pauta: “mãe, eu chorei hoje pensando que se você batesse o carro enquanto estava vindo me buscar você ía morrer!”. Oi? De novo! “Não, Nina, eu não bati o carro e estou aqui, vivinha, como você está vendo, amor!! Por que você está falando nisso de novo?”, perguntei. “Porque não quero que você morra, mamãe!”.

Senti um nó na garganta. Um frio na barriga. Uma sensação estranha. Respondi pra minha filha, de cinco anos, que um dia todos nós vamos morrer, mas que vai demorar muito pra isso acontecer comigo. “Você vai estar bem velhinha, né mamãe?” Respondi que sim, embora essa decisão não seja minha e esse tipo de coisa não tenha muita regra. Mas como falar desse assunto com uma criança pequena? Como contar que isso pode acontecer bem antes se a gente sofrer um acidente, por exemplo? Ou se descobrirmos uma doença incurável? Ou se for nosso destino, vontade de Deus, carma ou seja lá qual for sua crença? Que dilema.

Tentei entender o motivo dessa pergunta ser tão recorrente mas ela não soube me explicar. Talvez os desenhos tenham a resposta (no da Frozen os pais morrem, no da Cinderela também, entre outros). Talvez o fato de eu viajar bastante a trabalho também ajude minha filha a tentar lidar com um fato do qual não podemos fugir. Talvez esteja carente. Talvez precise de mais atenção.

O fato é que tratar desse tema é muito complicado e não acho que ela esteja preparada para ouvir que isso foge do nosso controle e de qualquer regra. Em compensação também não acho certo dizer que as pessoas que morrem viram “estrelinhas”…Ou seja, estou perdida. Pesquisei na internet, conversei com amigas e cada um lida de um jeito tão particular com esse assunto que não cheguei a nenhuma conclusão. Ou melhor, cheguei sim. Acho que, por enquanto, vou deixar como está. “Sim, Nina. Mamãe vai morrer velhinha…Quando você crescer um pouco eu te conto o motivo dessas reticências!”

9 Discussions on
“Não quero que você morra, mamãe!”
  • Tenho medo que a minha mãe morra, hoje ela está com 57 anos, cada dia que se passa eu sinto que ela está cada vez mais perto da morte, então eu entro em desespero e uma aflição paira sobre o meu coração.
    Eu sei que a morte e algo natural que irá acontecer com todos, mais eu tenho medo que a minha mãe se vá. Eu já tentei para de pensar nisso, mais eu não consigo sempre me pego pensando sobre como será minha vida, quando ela partir. Eu amo Minha mais que tudo nesse mundo. E para ser sincero, eu preferiria morrer antes dela, eu não me importo em perder a minha vida.

  • Pat, assim que li essa matéria me coloquei no seu lugar! Fiz uma pesquisa e te mandei no e-mail! É mega interessante o ponto de vista que achei! Acho que vai ser útil com as meninas. Beijo grande!!!!

  • Patricia,
    Quando eu era pequenina como sua filhota, em consultas ao homeopata eu sempre respondia que meu maior medo era perder minha mãe. E sempre perguntava pra ela, com medo dela me deixar. Isso, acho eu, que é pelo imenso amor que temos por vocês. Acho que sua resposta foi ótima, era o que minha mãe me falava rsrsrsrrsrsrs
    Infelizmente a vida a levou antes que eu pudesse ve-la com os cabelos branquinhos, mas Deus, meu pai e minha irmã se tornaram meu porto seguro. E eu descobri que meu maior medo me tornou uma adulta mais forte, segura, que guarda no coração a melhor lembrança da minha vida: minha mãe! 🙂
    Beijos

  • Nossa Patricia, passei por isso com meu filho q hj está com 8 anos! Foi terrível aqui em cada pq ele começou a sofrer…no início eu tentava ser o mais sincera dentro do possível (que morrer é normal, faz parte da vida e que todos morrerão) mas ele começou a ficar aflito com o fato de que eu iria morrer um dia e começou a sofrer…não tive dúvidas, falei que nunca morreria e ele me abraçou feliz (lembro como se fosse hj) enfim, não acho que eu tenha feito certo, mas o que é certo né?! Naquele momento ele ficou mais tranquilo e depois esqueceu…hj ele entende melhor…Bjos e boa sorte aí

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