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Morte: eta assunto difícil…

Falar de morte com as crianças é difícil. Uma pergunta emenda na outra e elas são cada vez mais impossíveis de serem respondidas, já percebeu? “Quando a pessoa morre ela não acorda nunca mais?” “Não”. “E como ela se sente?” “Ela não sente, ela morreu” “Mas como é morrer, é tipo sonho?””Sei lá”. E, sinceramente, quero demorar muito pra saber as respostas. Mas o fato é que inevitável escapar do assunto morte com as crianças.

Morte: assunto complicado

Na minha casa as meninas começaram a saber que esse negócio existia quando minha avó materna faleceu, em 2015. Mas Maitê tinha 3 anos na época e Nina 5. Minha avó faleceu no Brasil e elas estavam nos EUA. Ou seja, não realizaram.

Dessa vez a morte chegou mais perto. Não foi ninguém da família e nem do nosso círculo de amigos, graças a Deus. Mas foi alguém que a minha caçula adorava: seu peixe. No fim da tarde, quando estávamos indo buscar as meninas na escola meu marido disse: “esqueci de te contar, mas hoje de manhã achei o peixe da Maitê estranho…”. Gelei. Fiquei o caminho todo de volta pra casa pensando em como contar pra ela caso ele realmente tivesse morrido. Tadinha.

Chegamos em casa e corri para olhar o aquário, antes dela. E o peixe realmente estava lá, morto. Fiquei arrasada. Quando ela me olhou viu que algo estava errado. Abaixei para que olhasse nos meus olhos e, sem rodeios disse: “Maitê, mamãe tem uma coisa triste para te contar. Seu peixe ficou doente. A gente deu remédio, mas ele morreu”. A choradeira foi imediata. Seguida das perguntas impossíveis de serem respondidas, claro.

Durante algum tempo ficamos falando sobre o assunto morte. Tentei explicar o que sei sem chegar na parte que desconheço. Não disse que vira estrelinha, não falei de religião. Disse apenas que ele dormiu e nunca mais vai acordar. Do alto dos seus cinco anos, com lágrimas nos olhos, ela olhou pra mim e disse: “quero ver ele”. Deixei. Mas em seguida ela pediu pra tirar o peixe morto do aquário. Achei que seria tortura demais. E pedi pra ela não passar por isso, alegando que o papai faria isso enquanto ela me ajudaria com o jantar. Expliquei que era triste e que o legal seria ela lembrar dele feliz, nadando.

Minha pequena topou. E fomos cozinhar para esquecer que essa foi a primeira vez que ela realizou uma das coisas mais difíceis de lidar na vida. A morte.

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