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Gay: consequência de falta de tapa?

Essa frase resume o que o jogador Tevez parece pensar. A pessoa ser gay, ao que tudo indica, na opinião dele, só gosta do mesmo sexo porque tomou pouco tapa na vida. Porque cresceu entre pessoas do mesmo sexo. Porque não foi confrontada.

Gay é opção?

Aos 3 anos Lito, filho do ex-jogador do Corinthians e da seleção argentina, é levado pelo pai para o Forte Apache, bairro da periferia de Buenos Aires. Foi lá que Tevez cresceu. O atual jogador do Boca Juniors acha que essas visitas vão evitar que o filho “desmunheque”.

Não sei o que pensar e muito menos o que dizer diante de uma declaração como essa.  Mas acho que posso começar dizendo que conheço filho de militar gay. Sim, um menino que vivia no quartel com o pai. Um menino que frequentava lugares onde só homens entram. Um menino que teve de tudo para não desmunhecar e que hoje é casado com um outro homem.

Do mesmo jeito que conheço mulheres que foram criadas pela mãe solteira, tias e avós. Num ambiente cheio de babados e laços. Que nunca falaram um palavrão sequer. Que eram as mais quietinhas da turma. E que, anos depois, optaram por assumir sua sexualidade. E veja: elas gostam de transar com outras mulheres! Chocante, não?

Que inocência do Teve achar que visitas como as que ele faz na periferia vão determinar o gosto do filho. Que pena que ele queira determinar algo que não tem a ver com escolha. Que dó dessa criança.

Não que eu ache que Tevez tenha que ser exemplo de alguma coisa apenas por ser uma pessoa pública. Mas uma declaração como essa, saindo da boca de uma celebridade, de um formador de opinião, é, no mínimo, triste.

Um cara tão bem-sucedido na carreira (no passado, pelo menos) poderia ter ficado sem essa. Teve, com a bola nos pés, continua sendo um poeta.

 

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