A falta que a familia faz é o maior problema de quem  mora fora. Já contei aqui que semana passada fui ao Brasil trabalhar. Foi um bate-volta. Três dias. Duas noites. Uma delas está entre as mais difíceis da minha vida. Foi a noite que minha avó materna faleceu. Por coincidência eu estava no Brasil. Pude estar com minha família nesse momento triste.

Por azar, trabalhei o dia todo e, apesar de ter corrido muito para vê-la no hospital, quando cheguei na cidade onde ela estava internada soube que tinha acabado de nos deixar. Nessa hora eu constatei, mais do que nunca, a falta que minha família faz!

Foi duro pensar que não me despedi, embora tivesse feito isso dias antes da mudança, sem saber que seria a última vez que nos veríamos. Mais difícil ainda ver minha mãe e meu irmão arrasados e pensar que no dia seguinte teria que ir embora, já que minha casa não era mais lá. Como minhas filhas encarariam a notícia também me preocupava. Enfim, como a maioria das pessoas, eu também não estava preparada para esse momento e acho que nunca estarei.

Falta da família

Ir embora horas depois do velório foi complicado. Eu queria voltar para ficar com minhas filhas e marido, mas queria ficar com minha mãe e meu irmão. Me senti dividida. Na sala de embarque desabei questionando minhas decisões e o fato de estar tão longe de quem eu mais amo. Ao mesmo tempo a morte da minha avó me fez pensar em como nossa vida é frágil e me fez ter mais vontade ainda de realizar meus sonhos. Tenho certeza que ela, onde quer que esteja, me entende e está torcendo por mim!

Quanto às minhas filhas, tivemos uma conversa franca assim que cheguei em casa. Nada de “vovó virou estrelinha”. Falei abertamente que ela tinha morrido e que nunca mais iríamos vê-la. Pedi que elas rezassem por ela e sempre se lembrassem dos momentos felizes que passamos juntas. Prometi fazer o mesmo e, com o coração apertadinho, recomecei minha aventura por aqui com uma nova lição aprendida: quando a gente mora fora família faz muita falta! Mais do que eu imaginava.