Na Copa do Mundo disputada no Brasil, em 2014, Nina tinha 4 anos. Maitê 2. Sendo assim nenhuma das duas tem muitas lembranças dos jogos. Da torcida. Do nervoso que a gente fica nesse período. Da festa quando a gente ganha. Da indignação quando perde. Até porque eu cobri o mundial em questão pela Band e elas ficavam quase sempre em casa, vendo desenho, sem se preocupar com futebol.

Copa do mundo é demais!!

Pois esse ano está sendo diferente. E elas estão sentindo essa diferença mesmo com a gente morando aqui nos EUA. Sim, ver Copa aqui não tem nada a ver com ver a Copa no Brasil, claro. A gente até junta os amigos em casa para ouvir o Galvão narrar, coloca cerveja pra gelar, bota carne na churrasqueira pra assar mas, convenhamos, não é a mesma coisa. Enfim, isso é tema pra outro post. Mas que dá saudade, dá.

O fato é que ontem as meninas me perguntaram ao ver a gente falando do jogo: “o que muda se o Brasil ganhar? Porque as pessoas torcem tanto? Porque ficam nervosas”?

Difícil explicar. Se o Brasil ganhar não muda nada. E, ao mesmo tempo, muda tudo. Torcemos muito porque temos orgulho de ser o melhor time do mundo. Ficamos nervosos porque queremos “empurrar” nossa seleção. Amamos gritar “gol, queremos comemorar mais uma vitória. Mais um título. Queremos mais uma estrela na nossa camisa.

Não sei se elas entenderam minha explicação. Não sei se conseguem compreender tanta paixão. Mas acho importante elas verem que a gente continua amando o Brasil mesmo estando longe. Que nosso coração é verde e amarelo, apesar de, há três anos, termos optado por viver num país que oferece mais segurança, oportunidade e qualidade de vida do que o nosso.

É issi. Acho essencial que elas percebam que não deixamos de amar o Brasil. Estamos apenas magoados, digamos assim, com a situação atual. E, como acontece quando nos decepcionamos com alguém, talvez um dia a mágoa passe mas, até lá, continuamos distantes, mas o sentimento está aqui, vivíssimo dentro do peito!

Elas podem não entender quando explico tudo isso com palavras e frases complexas. Mas ontem, quando o Brasil se classificou para as oitavas-de-final, elas viram, na nossa comemoração, o motivo de torcermos tanto. Torcemos muito porque amamos nosso país! Vai, Brasil!