Se você é pai ou mãe com certeza vai concordar comigo. Por mais que gente não queira dar o braço a torcer. Por mais que a gente queira dar uma educação diferente pros nossos filhos.  Por mais que sejamos de gerações distintas. Uma hora ou outra a gente se pega fazendo algo como nossos pais faziam.

Como nossos pais…

Sabe aquela frase que você odiava ouvir e que sua mãe vivia repetindo? Uma hora ela sai da sua boca e você nem sabe como. “Engole esse choro”, “quem manda aqui sou eu” e “porque sim” estão entre as que cuspimos pra cima. E que, fatalmente um dia, cairão na nossa testa.

E isso se aplica também a comportamentos que não curtíamos mas que copiamos, sem nem saber o porque. Pensei muito nisso hoje. A caminho do curso de férias Maitê reclamou que a professora fez pouco caso dela outro dia. Choramingou. Pediu ajuda. Não tive dúvidas. Entrei na escola como uma leoa. Falando inglês mais fluente do mundo, cheia de razão e de argumentos. Disposta a defender minha filha com unhas e dentes. Nem era o caso de tanto nervosismo, confesso. Mas, quando eu vi, já estava agindo como uma fera. Deixando a professora apavorada. Exatamente como meu pai fazia.

Claro que eu e ele temos personalidades parecidas. Temperamentos parecidos. Mas juro que nunca tinha me percebido tão igual a ele antes. Me fez lembrar quando eu era pequena, me sentia injustiçada e ele ía me defender. Chegava bufando. Como um leão protegendo a cria. E, muitas vezes, exagerando no nervoso, assim como eu fiz hoje.

Depois que resolvi a situação da Maitê – e me acalmei – fiquei pensando no assunto. E foi aí que cheguei a conclusão de que todos nós agimos como nossos pais quando o assunto são nossos filhos. Uma hora ou outra repetimos algo que vivenciamos quando crianças. Pode ser dizendo uma frase que escutávamos bastante. Pode ser repetindo uma brincadeira. Pode ser fazendo uma oração antes de dormir. E eu acho ótimo!