Fabiano Olmo é o chef brasileiro que arrasa em Orlando!

Picanha em baseball cut com disco de panceta e cenoura flambada na cachaça!! Huuuum…

Salada de burrata de minas com 4 tomates! Delícia!

Brazilian Boteco Sampler – bolinho de feijoada, cozinha, bolinho de aipim e bolinho de bacalhau! E tem caipirinha pra acompanhar!

Pato com castanha de caju, purê de moranga e pêra cozida no vinho de cajú! Afff…que perdição!

Imagine um chef carioca que comanda um restaurante no centro da cidade de Orlando (sim, em downtown, em meio aos escritórios e a uma vida bem diferente da que a gente vê quando viaja para ir aos  parques da Disney). Desafio? Com certeza! Mas ele tira de letra! Na verdade Fabiano Olmo é um chef brasileiro que arrasa em Orlando!

O Golden Knife, que está sob seu comando há um ano, é um dos restaurantes mais badalados da cidade. Fui conhecer outro dia de tanto que me falavam a respeito…e me apaixonei! Nem poderia ser diferente, já que na cozinha está um chef que já trabalhou na França, Uruguai e Argentina e fez o curso do papa da gastronomia francesa em Lyon, Paul Bocuse.

“Acho que o grande desafio sempre quando mudamos de país, é o período de fase de adaptação às novas culturas. Nós chefs somos conhecidos muitas vezes pelos nossos caprichos. Ter morado em muitos países faz com que a gente “abaixe a bola” um pouco, poque por mais que queremos servir o que gostamos, as vezes culturalmente não é viável. É como ser um chef Oriental e abrir um restaurante de grilos, escorpiões e outros insetos no espeto em Ipanema. Então acho que o grande desafio sempre está em se despir de conceitos e absorver 100% a cultura local para ser mais acertivo nos projetos”, explica.

Entender o paladar dos americanos não foi simples. Levou seis meses. Fabiano estudou o gosto dos futuros clientes com relação a texturas e sabores para, só então, criar seu menu. “Aqui eles amam porco mas, mesmo assim, tive resistência em apresentar, mesmo que de forma bem resumida, a feijoada.  O motivo é simples: rabo, orelha e pé não são bem aceitos, mesmo que você diga que colocou e tirou. Por isso adaptei nosso feijão transformando-o num rico purê de feijão, já que a textura de purê está presente em muitos pratos e é muito melhor aceita. Outras texturas estranhas para eles são a do cajú e a do requeijão. Aquele “pegadinha”na boca não agrada muito. porém, nem só de cajú ou de requeijão vive o homem, por isso opto por trabalhar com o cream cheese e o maracujá! Além disso, os americanos são mais diretos, sendo assim evito fazer comidas que precisam de muita explicação. Em vez de explicar a origem da tapioca e do polvilho para fazer nosso pão de queijo, resumo dizendo que é um alimento muito rico e glúten free. Funciona em 90% dos casos!, conta.

Além do talento e do bom humor, Fabiano tem também muito jogo de cintura e vontade constante de se aprimorar. E isso faz toda a diferença quando moramos e trabalhamos num país que não é o nosso.              “Aprendo muito com os americanos. O hambúrguer deles é uma delícia, por exemplo, e tem toda uma “ciência” na mistura das carnes, balanceando porcentagens de gordura e de carne, escolhendo cortes específicos. Existe também um movimento que absorvi desde que cheguei aqui, chamado Soul Food (comida com alma). Nada mais é do que temperar a carne hoje e deixar marinhando por 3 dias e seguir nesse processo por outros dois dias até que ela esteja suculenta e no ponto certo. É fazer seu próprio pão em casa, suas próprias geléias e compotas, seu picles, seu molho barbecue. Enfim, aqui na América conheci um lado americano muito legal: o de dar valor ao que é produzido manualmente, slow, como era feito antigamente, um jeito de imprimir sua personalidade na comida. Aqui fiz meu lado contemporâneo dormir um pouco para dar lugar a comida confortável, com alma, tão gostosa que você se lambuza todo!”, conclui com um sorriso de quem sabe das coisas. Com um sorriso de quem arrasa!

SERVIÇO: O Golden Knife fica na 63 E Pine St – Downtown Orlando