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Vida: escola cruel

Sou chata com a educação das minhas filhas. Pego no pé. Dou bronca. Reclamo. Ponho de castigo. E tudo por que? Porque a vida não vai ensinar como eu. Não vai ter amor. Nem dó. Nem tempo. Vai ensinar as coisas de uma maneira infinitamente mais cruel e dolorosa. E elas vão sofrer.

Vida ensina…

Se minhas filhas não aprenderem a dividir hoje, vão ter que aprender no futuro. E o mesmo vale para as derrotas. As perdas. Quem não aprende nada disso em casa aprende com a vida. Aprende batendo a cabeça, apanhando. Sentindo dor.

Claro que educar também causa dor. Claro que castigo faz chorar. Claro que bronca faz os filhos ficarem bravos com a gente. Mas, garanto, nada disso é tão doloroso quanto aprender com a vida, com o cotidiano. Com chefes, com inimigos, com falsos amores. Todos eles ensinam sim, mas de um jeito horrível, de uma maneira ainda pior.

Em casa ensinamos as piores lições com a melhor das intenções. “Você não vai andar com esse amigo porque ele não presta”, minha mãe dizia até o amigo aprontar e me cortar o coração. “Nada de namorar esse galinha”, dizia antes do namorado me trair. E assim por diante. É isso. A verdade é que os pais tentam nos dar as piores lições e, se a gente não aprende de cara, aprende com a vida. E ela não costuma ser legal.

Por isso mesmo não me inibo quando as pequenas aprontam. Não obedeceu? Não sai no final de semana. Não comeu? Não ganha sobremesa. Não respeitou uma regra da casa? Não vai brincar no vizinho quando chegar da escola.

Dós fazer tudo isso, claro. Mas sei que estou fazendo para o bem delas. Estou ensinando causa e consequência. Noções de respeito. De hierarquia. De civilidade. Coisas que, se eu não ensinar, elas vão aprender de um jeito muito pior.

 

 

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