Imagine o que é pra uma pessoa expansiva como eu lidar com a timidez de alguém. Agora imagine uma pessoa expansiva como eu lidando com a timidez da própria filha. Imaginou? Pois é nessa “sinuca de bico” que me encontro. A medida em que cresce minha Nina fica mais envergonhada. Tem receio de entrar em lugares cheios, de falar com quem não conhece, de fazer amizades novas. E é no último ponto que o bicho pega.

Timidez recente

Nina nunca teve problemas para fazer amizades novas. Mas ultimamente (será fase?) ela parece estar com medo de conhecer gente. Ou preguiça. Ou as duas coisas. O fato é que ela tem reclamado que não faz amigas novas e isso me parte do coração.

Tento ajudar dizendo coisas como: “convida a menina que você acha mais legal da classe para brincar de alguma coisa”. Mas eu sei que não é tão simples assim. Eu sei que o buraco é mais embaixo, especialmente quando se trata de crianças. Mas a questão é que eu nunca passei por nada disso e não sei como lidar com a situação.

Na verdade eu sempre fui o oposto. Sempre fui a que conhece todo mundo, que faz amizade em 5 minutos, que sobe no palco e fala pra grandes platéias com a traquilidade de quem toma um café. De quem afinal é o DNA da timidez que minha filha carrega? Não sei dizer.

O que eu sei é que eu e o pai temos que ajudá-la e que, além de mim e dele, tem mais uma pessoa importantíssima nesse time. Ela se chama Maitê. Tem 6 anos é a minha cópia. Resolve seus problemas sozinha, brinca com todo mundo. Fala mais do que a boca. Não quero dar a ela essa responsabilidade. Mas tenho a certeza de que mais do que nós, adultos, que passamos o dia longe delas, minha pequena é o que Nina precisa para superar essa fase chata.