Vi alguns minutos do Oscar 2018 pela TV. Não tinha preferidos na disputa. Assisti a poucos dos indicados. Mesmo assim adorei ler sobre tudo que aconteceu na noite mais importante do cinema mundial. Adorei ver a proporção que o movimento feminista Time’s Up (que luta contra o assédio e abuso na indústria) está tomando. Amei ver mulheres maduras belíssimas posando no tapete vermelho. E amei mais ainda vê-las com a estatueta nas mãos (caso da melhor atriz e melhor atriz coadjuvante).

Há bem pouco tempo a indústria do cinema esquecia num canto qualquer as mulheres com mais de quarenta anos. Sobravam-lhes raros e bobos papéis. Era como se elas tivessem prazo de validade.  Passou dos quarenta? Estragou. Sabe como é?

Pelo jeito as coisas mudaram. No Oscar 2018 Jane Fonda, Helen Mirren, Meryl Streep, Faye Allison Janney, Frances McDormand – e muitas outras – brilharam. Mais do que muitas meninas com peles de bebê, aliás. Por que? Porque finalmente a indústria do cinema parece ter entendido que ficamos melhores profissionais com a idade, caramba! Nada substitui a experiência. Nada substitui a maturidade!

Oscar 2018

Por tudo isso o Oscar 2018 foi importante, sob o meu ponto de vista. Não só para as atrizes que passam a ter mais espaço nas telas. Mas para todas as mulheres que se sentem deixadas de lado por causa da idade. Ontem foi como se tivéssemos ido a forra!

Sim, eu como jornalista já senti na pele o preconceito de ser uma quarentona. Mas será que uma de 20 sabe o que eu sei? Será que ela faz o que eu faço numa entrevista ao vivo? Será que ela respeitada como eu sou quando coloco um entrevistado contra a parede perguntando coisas sobre as quais ele não quer falar? Duvido!

Há de chegar o dia em que nossas rugas serão tão respeitadas quanto as dos homens. Que nossos cabelos brancos não chamarão atenção, como acontece com os deles. Que não seremos mais cobradas pela juventude eterna. Até lá eventos como o Oscar 2018 nos dão sopros de esperança. Estamos no caminho certo!