familia facebook pixel

Herança genética: colocar os filhos em fria!

Minha mãe fazia coisas comigo que eu detestava. E hoje eu repito tudinho com minhas filhas. Estou achando até que é herança genética a prática de colocar os filhos em fria, sabe? Tipo, minha mãe puxou da minha avó esse dom. Eu puxei da minha mãe. Minhas filhas puxarão de mim. E minhas netas/os sofrerão porque eu aprimorei a técnica.

Quando eu era pequena minha avó morou um tempo em Santos. Quando a gente ía pra lá minha mãe ficava cansada de brincar com a gente (acho) e tentava arrumar amigos pra mim e pro meu irmão. Lembro de um dia estar na calçada do prédio. Do outro lado da rua, na outra calçada, havia um grupo de crianças. Minha mãe não teve dúvida. “Gente, minha filha Patrícia tem a idade de vocês. Ela pode ir aí brincar?”, gritou. Eu, que nunca fui tímida, queria morrer, sumir, desaparecer, virar fumaça.

Acabei indo, porque sou “facinha”quando o assunto é amizade. Mas me marcou tanto que lembro até hoje do episódio. Sim, três décadas – ou mais – depois eu lembro como se isso tivesse rolado semana passada. Fala sério??? Foi tipo trauma eu acho!!! KKKK! (Desculpa aí, mãe, mas é verdade!!).

Herança genética: pagar mico!

Pois bem. Dia desses me peguei fazendo exatamente a mesma coisa com minha filha mais velha. O probleminha é que Nina é tímida. De verdade. Maitê não, é “vida louca” como eu. Não ligaria a mínima eu acho. Mas Nina morre de vergonha, é super reservada. Pois foi justamente ela o alvo do meu talento. Da minha herança genética.

Fomos assistir a um jogo da NBA num camarote super legal, cheio de gente, inclusive uma menina que parecia ser da idade dela. Nina não desgrudava de mim, não saía do meu colo (pesando 26 quilos). Não tive dúvida. A menina estava três cadeiras atrás de mim e eu gritei: “quantos anos você tem? 6? É a idade dela. Ela chama Nina, você não quer brincar com ela?”, disparei.

Nina quase entrou na minha barriga de novo, pra fugir do vexame. Mas eu continuei. Chamei a menina, que era super comunicativa, pra perto da gente, perguntei onde ela estudava, o que gostava de fazer, personagem preferida da Disney, etc. Nina foi se soltando. Deu um sorrisinho aqui, outro ali. A menina perguntou se ela sabia fazer uma brincadeira tipo “pedra-papel-tesoura”. Ela sabia. Eba! Diversão garantida a noite toda!

Assisti ao jogo tranquila com meu marido (Maitê fez amiga sozinha) enquanto as duas brincavam. Assim como aconteceu comigo em Santos minha filha quis me matar no começo mas depois gostou da minha iniciativa. Daqui 30 anos vou perguntar se ela lembra desse dia. Se lembrar é porque consegui atingir o objetivo. KKKKKKKKKKK! (Brincadeira, gente!!).

P.S.: Minha mãe me ligou e disse que eu inventei essa historia, porque ela não lembra. Mas o caso é que quem passou pelo trauma não esquece! Rs!! E sim, mãe, você fez isso comigo!

4 Discussions on
“Herança genética: colocar os filhos em fria!”
  • Meu pai me colocava abraçado com meu irmão na porta de casa quando brigávamos…para fazermos as pazes. Resultado: eu queria matar meu irmão… “o culpado”… Não vejo a hora de repetir isso com meus dois meninos. Hahahahahahahah

  • Acho que ficamos com trauma mesmo, meu pai fez isso comigo na mudança de Santos para Campinas, no primeiro dia que chegamos na casa nova viu umas meninas brincando e soltou uma dessas. Viramos todas amigas afinal éramos vizinhas, mesmo com elas indo morar fora depois e eu voltando para Santos. Hoje com a internet ainda nos falamos.

Deixar um comentário

Seu email não será divulgado.

x

Newsletter Familia Muda Tudo

Cadastre-se em nossa newsletter!