Como nos velhos tempos…
É tão claro na minha memória que parece que foi ontem. Minha mãe e eu caprichávamos nos enfeites para pendurar na árvore de Natal: caixas de fósforos eram embaladas como pequenos presentes e pinhas eram pintadas a mão. A gente passava dias na “produção” até o grand finale: a montagem da árvore. Era um dia importante, a gente desembalava tudo que dava pra reaproveitar dos outros anos, juntava com as “novidades”e fazia uma obra de arte! Ou quase.
As nossas árvores nunca foram dignas de capas de revistas. Nunca foram exemplo para outras famílias. Nunca viraram moda. Mas, pra mim, significavam bem mais do que tudo isso. Era um momento de criação só meu e da minha mãe que se repetia todos os anos. Era um tempo que a gente curtia juntas, conversando sobre qualquer coisa. Usando a árvore como desculpa para passarmos mais tempo juntas.
O único problema é que minha mãe sempre foi perfeccionista. E eu relaxada. Ela sempre teve paciência para trabalhos manuais e eu pressa para terminar. Ela sempre quis se superar e pra mim qualquer coisa estava bom. A gente brigava. Ria. Fazia as pazes. Brigava de novo. E a árvorezinha ía “nascendo”, crescendo, tomando forma. Até virar nosso orgulho.
Hoje, ao montar a árvore com minhas filhas em nossa casa nos Estados Unidos, foi como se um filme passasse na minha cabeça. Lembrei desses momentos com minha mãe, da caixa de coisas de Natal que a gente reaproveitava ano a ano, dos nossos papos e até das brigas por sermos tão diferentes. Me deu saudade. Me deu vontade de voltar naquele tempo nem que fosse por um minuto. Nem fosse para ver como a gente era, sob uma nova perspectiva.
Fazer a árvore com minhas pequenas me fez reviver, de alguma maneira, esse tempo que não volta mais. Me fez ficar com o coração apertado de saudade do que passou e do que virá. Uma saudade antecipada. Uma curiosidade. Como será daqui a 30 anos, quando estiver montando a árvore de novo? Será que minhas filhas estarão fazendo o mesmo com seus filhos? Será que o momento vai ser tão emocionante como o que vivemos hoje? Difícil responder. O que eu sei é que enquanto colocava uma bola prateada no alto da árvore me senti com 10 anos de novo. E foi bom pra caramba!!
KKKKKKKKKKKK! isso acontecia comigo tb!!!! Criança é tudo de bom, né? Bjo
Bah, também faziámos os presentinhos de caixinhas de fósforo e eu sempre achava q viria uma mágica no natal que transformariam em presentes de verdade hehehe
Que lindo Pa…chorei aqui…me fez lembrar de quando eu era criança e montava a árvore com meu pai (já que fui criada e educada só por ele)…e agora montarei minha árvore também com minha pequena grande família: eu, meu filhote Miguel, papai e o au au!