Foi como se eu tivesse entrado numa máquina do tempo. Quando dei por mim tinha voltado uns 25 anos e éramos eu, meu irmão e meus pais a caminho de uma viagem para a praia. Só nós quatro. Nada de marido, de cunhada, nada das netinhas (que saudade!!). Éramos só nós quatro mesmo. Como nos velhor tempos.

Como nos velhos tempos demos muita risada das minhas maluquices. Do jeito engraçado do meu irmão. Da braveza do meu pai. Pegamos no pé da minha mãe. Lembramos coisas que aconteceram na nossa infância, na adolescência. Falamos dos planos para o futuro, lamentamos a distância no presente. Como nos velhos tempos tivemos tempo para conversar de verdade, tempo para abrir o coração.

Ouvi algumas broncas. Dei outrass tantas. E tudo com um amor infinito. Como nos velhos tempos éramos filhos e pais. Só. Com foco um no outro.  E nada mais.

Saí da casa dos meus pais com 19 anos para trabalhar e nunca mais moramos juntos. Meu irmão foi morar sozinho um pouco mais tarde, mas já faz bastante tempo também. Desde então nunca mais nos reunimos, só os quatro, durante mais do que algumas horas. Sempre alguém tinha um compromisso, as crianças chegavam, o marido ligava e era hora de ir embora. Dessa vez não. Dessa vez viajamos pra uma praia longe de casa. O programa era fazer tudo juntos. Só nós quatro. Como nos velhos tempos.

Foram dois dias de resgate de uma relação forte, que nada nunca abalou, mas que a rotina maluca das nossas vidas acaba atrapalhando um pouco. Foi tão especial que quando o fim de semana terminou eu já fiquei com saudade. Fiquei querendo mais. Se eu pudesse dar um conselho pros meus amigos ou pra você que lê esse post agora, eu diria: faça o mesmo com seus pais. Deixe tudo de lado um dia que seja e  se dedique a ser só filho. Garanto que vai ser inesquecível pra você e pros seus pais.