Atiradores atacam escola americana

Chego ao aeroporto – sim, estou indo ao Brasil de novo a trabalho – e a fila da segurança (aquela em que a gente tem que tirar sapato, passar no raio x e etc) está imensa. Penso que talvez seja porque dias atrás o estado islâmico anunciou um ataque aos Estados Unidos. Depois penso que talvez ainda seja reflexo do feriado de Thanks Giving. Uma hora depois, finalmente em frente ao portão de embarque, entro na internet e descubro o motivo real na capa da Folha de São Paulo: atiradores atacam escola americana, de novo.

Meu coração dispara. Leio o texto aflita, sem prestar atenção em nada, procurando apenas onde isso teria acontecido, já que minhas filhas estão em escolas americanas nesse exato momento. Rapidamente descubro que o ataque foi na Califórnia. Meu alívio dura pouco, já que rapidamente começo a sofrer pelas famílias envolvidas, choro imaginando as crianças em meio a um tiroteio, me dói pensar numa cena como essa, principalmente como mãe.

Moro nos Estados Unidos e aqui esse tipo de atentado acontece com muita frequência, o que me leva a pensar em conversar com minhas filhas sobre o assunto, nem sei de que maneira, confesso. Soube outro dia, aliás,  de uma escola em Orlando que faz treinamentos com alunos de vez em quando para um momento de crise como esse. Ensina as crianças a ir pra debaixo da mesa, a se locomover em silêncio e em fila no corredor rumo a um lugar blindado. Quando ouvi falar disso tremi, mas agora acho que vou cobrar da escola das minhas filhas também…é difícil pensar, falar no assunto, mas é necessário. Principalmente porque elas nunca devem ter ouvido falar de nada parecido.

Embarco hoje com um nó na garganta. Pelo que aconteceu com essas crianças, pelos familiares, pelo medo de que algo parecido aconteça perto da gente. Queria ir correndo pra casa abraçar minhas pequenas…só isso…