Confesso que fiquei em dúvida antes de levar as crianças para conhecer o memorial 11 de setembro. Será que era pesado demais? Será que era cedo demais? Será que elas iriam realmente entender o que aconteceu naquele trágico dia? Resolvi arriscar.

Memorial 11 de setembro

Antes de chegar no local onde existiam as Torres Gêmeas conversei bastante com as duas. Expliquei como tudo aconteceu. Falei das 3 mil mortes. Do caos. Do sofrimento em todo o mundo com aquela tragédia nunca antes vista. As duas me olhavam como se estivessem entendendo tudo, interessadas. Mas só entenderam realmente o que aconteceu quando chegamos lá.

Primeiro visitamos os locais onde ficavam os prédios e onde hoje estão enormes piscinas. Na beirada delas é possível ler o nome de cada vítima. Depois entramos no museu e, por meio de um App que baixamos no celular, fomos em silêncio visitando cada sala. Entendendo o significado de cada peça exposta no memorial.

Apesar da pouca idade as duas fizeram o passeio quietas. Em silêncio. Acompanhando tudo que viam e ouviam andando pelos corredores concentradas. Ao nosso redor outras centenas de pessoas se chocavam com imagens, áudios, restos de carros de bombeiro, de colunas, de casacos que foram encontrados no local.

No meio da visita Nina decidiu entender mais a fundo o motivo daquilo tudo ter acontecido. Tanta morte, tanta destruição. A troco do quê? O que essas pessoas más ganharam com isso afinal? Por que existem pessoas tão más? Por que matar gente inocente? Por que? Por que?

Que difícil. Explicar como tudo aconteceu pareceu até fácil diante disso tudo. Explicar o que gerou no mundo ficou simples. Explicar o motivo de tanto ódio, de tanto desamor, de tanta maluquice foi bem complicado. Na verdade foi impossível.

Minhas filhas me viram sem palavras. Sem explicação. Com uma tristeza sem fim. Sem conseguir explicar o que elas vão constatar em breve: que o homem pode ser muito ruim quando quer.