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Bloco de carnaval não é lugar de mulher “direita”

Esse é o resultado de uma pesquisa feita pelo instituto Data Popular. 49% dos 3.500 homens ouvidos pelos pesquisadores em 146 municípios disseram que bloco de carnaval não é lugar para mulher “direita”. E tem mais. 61% dos homens abordados afirmaram que uma mulher solteira que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada.

Bloco de carnaval é lugar do quê?

Nem sei por onde começar. Primeiro falemos do bloco de carnaval. Que eu saiba, pela minha experiência de anos em vários deles inclusive, trata-se de conjuntos de pessoas que vão as ruas na época do Carnaval (durante, antes ou pouco depois do evento) e percorrem ruas e avenidas principais das cidades. Esses blocos são geralmente são acompanhados por banda com instrumentos de percussão, carros de som ou trios elétricos.

Será que tem alguma coisa que eu tenha esquecido de citar na minha definição e que faça o bloco ser um local proibido para mulheres “direitas”(assunto a ser abordado na sequência, aliás)? Vou além. Será que num lugar para onde as pessoas vão para cantar, se divertir, dançar e beber (pelo menos a maioria) é um lugar onde existe uma lei não escrita que dá aos homens o direito de não respeitar as mulheres? Quer dizer que mulher que gosta de carnaval não merece respeito?

Mais uma vez entramos no papo “usou-roupa-curta-merece-ser-estuprada”. Mais da metade dos homens disse que a mulher que vai no bloco não pode reclamar de ser cantada. Oi????? Quer dizer que se uma mulher está lá sozinha, com as amigas, com o namorado ou com a namorada ela tem que aguentar qualquer tipo de grosseria porque os homens decidiram que aquele ambiente é assim? Em que ano estamos mesmo? Do que estamos falando? Quem são esses homens que pensam assim? Do que se alimentam? Como vivem?

Mulher direito é a…

Desculpem a revolta. Mas sou uma mulher “direita” (seja lá o que isso signifique) e essa pesquisa me tirou do sério. Eu sou casada há nove anos, nunca traí meu marido, ajudo no sustento das minhas duas filhas, cuido da casa, da roupa, da alimentação da minha família, pago minhas contas… e AMO CARNAVAL!

Durante muitos anos frequentei blocos de rua, em outros tantos fui atrás dos trios elétricos em Salvador, desfilei nas escolas de samba do Rio de Janeiro, durante mais de uma década fui micareteira de carteirinha. Sempre frequentei essas festas com minhas amigas, depois que comecei a namorar ía com o Guilherme e, se ele não podia, ía até sozinha. Nunca fui desrespeitada. Nem quando estava sozinha e nem acompanhada. Pelo jeito tive sorte de não cruzar com um estúpido como esses aí que responderam a essa pesquisa. E quer saber? Sorte dele também de não terem me encontrado. Não costumo lidar bem com gente ignorante!

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