Minha avó
Minha avó Lorena tem 92 anos e sabe das coisas. No final de semana liguei pra ela, como faço sempre. Falamos sobre tudo. De eleição nos Estados Unidos a cor do meu cabelo. Falamos de como o clima está maluco, fofocamos sobre o restante da família. Falamos de viagens, de comida, de saudade. Mas, principalmente, falamos da vida. E de como ela passa. Ou melhor, voa. Né, vó?
Sempre que a gente conversa minha “Vó Ena”, é assim que os netos a chamam, me pede pra ser feliz. Para ir atrás dos meus sonhos. Para viver. Segundo ela um dia a gente abre os olhos e tem 90 anos. Os filhos cresceram. Os netos chegaram. E a vida passou. Claro que ainda se pode fazer muita coisa com 90 anos. E ela faz. Mas é óbvio que aos 40 a gente tem mais disposição e a sensação de ter mais tempo pela frente (pelo menos na teoria).
Ultimamente tenho pensado muito nisso. Em como a vida tem passado rápido. Será que sou só eu que estou sentindo isso? Será crise dos 41? Será que estou nostálgica demais? Sei lá. O fato é que outro dia minhas filhas nasceram e hoje estão aqui, cheias de personalidade. Outro dia eu pensei em morar nos EUA e hoje estou aqui, completando 1 ano e meio nessa viagem. Outro dia eu pensei em casar e em janeiro Gui e eu completamos 9 anos juntos.
Num piscar de olhos
E foi assim como minha avó disse. Eu pisquei e tudo isso aconteceu. Claro, curti muito cada uma dessas coisas mas, olhando pra trás, parece que alguém apertou um botão e acelerou minha vida. Foi tudo tão rápido e que dá medo. Não medo do futuro, nem medo de envelhecer. Acho que é medo de não aproveitar muito bem cada minuto. Medo de não curtir cada momento. Medo de perceber, um dia, que a vida passou como um sopro, como minha avó disse que passa.
Obs.: Quer ler outros textos sobre esse mesmo assunto? Que tal esse http://familiamudatudo.com.br/a-visita-dos-avos/