Essa rena dentro da bota do Papai Noel tem uns 8 anos. Lembro do dia que comprei, aqui nos Estados Unidos mesmo. Lembro de quando coloquei na porta da minha primeira casa própria. E usei no ano seguinte, quando Gui foi morar comigo, no outro, grávida da Nina, no próximo ano com ela já no colo (ela morria de medo do enfeite), no que veio depois com Nina no colo e Maitê na barriga, no que segurava Nina nas mãos e Maitê no colo, no que estava com as duas correndo pela casa. Esse ano ele voltou a ser usado na nossa casa dos Estados Unidos. Está lá, enfeitando nossa porta e me fazendo ter boas recordações. Sim, sou nostálgica!
Adoro qualquer coisa que me faça voltar no tempo. Pode ser um cheiro que lembre o bolo que minha mãe faz ou o pão caseiro que minha avó deixava crescer debaixo do cobertor. Pode ser o assobio que me remete a meu pai chegando em casa. Pode ser o capacete que usava quando fazia hipismo, o macacão de quando saltava de paraquedas, pode ser o travesseiro da minha infância que ainda está na minha cama (sim eu nunca comprei outro). Pode ser o cartão que acompanhou as primeiras flores que ganhei do meu marido. Pode ser a primeira roupinha que minhas pequenas usaram quando nasceram (que foi a mesma que eu usei quando nasci também). Tudo isso me remete a momentos bons, únicos e é como se tivessem o poder de me fazer voltar no tempo, viajar sem sair do lugar.
Engraçado. Sou prática, moderna, gosto de comprar coisas novas. Mas sou nostálgica. Gosto das minhas memórias, alimento minhas lembranças. Tem dias que gosto de remexer no meu passado com uma taça de vinho e uma música baixinha. Só eu e as coisas que vivi. Nessas horas eu choro, dou risada, volto para lugares que nem existem mais, converso com pessoas que já se foram. Sinto saudade a vontade. Sem culpa, sem vergonha. É uma coisa minha. Sou nostálgica e gosto de ser assim.