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Sonho: ir ao banheiro sozinha!

Será que é pedir muito? Veja. Não quero jóias, nem carros, nem viagens. Esqueça roupas, sapatos, casacos. Nada de cruzeiros, passeios de balão, camelo ou elefante. O meu sonho é apenas: ir ao banheiro sozinha! E quando eu digo sozinha, é bom registrar: nada de alguém dentro (óbvio) e nem na porta, mesmo que fora do cômodo. Nada de pessoas  me chamando, suplicando por mim!!!!!! Ficou claro?

Sonho não se discute

No fim de semana pedi isso para minhas filhas, especialmente nessa semana que elas não vão a escola e que não me sobra tempo nem para uma xícara de café sem ter que apartar uma briga, sem ter que responder onde está o shorts rosa, sem tropeçar num brinquedo. “Meninas, de manhã a mamãe precisa de um tempinho no banheiro, quietinha, em paz, em silêncio”, falei com voz doce. “Claro, mamãe!”, responderam as duas numa só voz.

Claro? Assim tão fácil, sem nem argumentar que quando eu vou ao banheiro elas lembram de me contar algo importante ou perguntar algo essencial (como, por exemplo, como era mesmo o nome da primeira cachorra que tive na vida!). Nossa, parecia um milagre! Eu pedi e elas aceitaram??? Que coisa! Vai ver elas cresceram e eu nem percebi…

Parecia um milagre!!

Hoje pela manhã tomei café com elas e disse: “mamãe agora vai se arrumar com calma no banheiro, passar creme, pentear o cabelo, se maquiar. Lembram do combinado? Nada de gritar, chamar nem bater na porta a não ser que seja muito importante, uma emergência, ok?”. “Ok!”. Pois bem. Deixei as duas vendo tv, deitadinhas na sala e fui começar o dia do jeito que gosto, com calma e em paz.

Cinco minutos. Foi isso que consegui. Cinco míseros minutos de paz. Deu tempo de escovar os dentes e tirar dois pelinhos espetados da sobrancelha. Nada de checar emails com calma sentada no vaso sanitário (quem nunca?), nem de passar filtro solar, primer e base no rosto. Nada de decidir a cor do batom do dia, nem de dar uma ajeitada naquela unha que lascou. Não deu tempo de nada!!!

Mas calma! Elas cumpriram o combinado. Não bateram na porta, nem gritaram e nem chamaram. Na verdade elas desenvolveram um método diferente. Colocaram infinitos bilhetes debaixo da porta dizendo o quanto me amam e sentem a minha falta (enquanto eu tento apenas me arrumar).

 

Fiquei brava ao perceber o primeiro bilhete aparecendo, confesso. Mas depois veio o segundo, o terceiro, o quarto. E eles vinham cada vez mais caprichados, mais elaborados. Tem como não desmontar, como não morrer de amor? Pois bem. Elas venceram. Saí do banheiro do jeito que estava, abracei as duas e constatei que sim, quando a gente tem filhos um sonho simples, como ir ao banheiro sozinha, pode ser bem mais difícil de ser realizado do que o sonho de uma volta ao mundo!!! Melhor aceitar que dói menos!!

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