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Sobre filhos e saias justas!

"Mãe, você não casou?"

“Mãe, você não casou?”

Nunca fui a filha que toda mãe sonha ter. Sempre detestei ballet. Minha curtição era andar a cavalo. Meu quarto era cor-de-rosa e eu sonhava com um todo preto. Quando iniciei na carreira< aos 20 anos de idade, trabalhava na área policial de um jornal e isso significava ir às delegacias, acompanhar rebeliões de perto, entrevistar criminosos. Sempre detestei “perder tempo” em salão de beleza, até hoje fujo deles. Casar na igreja, de véu, grinalda, braço dado com meu pai? Nunca pensei, embora tenha um relacionamento seríssimo há quase oito anos e os frutos dessa união estejam crescendo lindamente, graças a Deus! Mas, quer saber, acho que vou casar! Sim, esse texto é sobre filhos e saias justas!
Calma, gente! Eu não pirei de vez, não bebi nada e nem passei a achar legal uma festa que dura pouco e custa muito. Continuo não me vendo de vestido branco bufante, véu e grinalda (isso, portanto, está descartado). Ainda não acho graça naquele papo de “ter que atrasar” (sempre fui pontual, por que mudar num dia importante?). Bom, mas então o que aconteceu, você deve estar se perguntando. A resposta pesa 20 quilos e tem cabelos loiros, com mechas naturais. Pintinha em cima da boca. Gestos delicados. Cinco aninhos de idade. Uma princesa que atende pelo nome de Nina! Sim, minha filha mais velha acaba de me dar um ultimato: “você tem que casar, mãe!”
Essa conversa começou outro dia. Passeávamos num shopping quando ela viu um vestido de noiva na vitrine e perguntou: “você casou assim, mamãe?” Eu respondi, numa boa: “não Nina, mamãe papai não casaram na igreja !” Ela, prontamente, se ofereceu para pedir ao papai pra fazer isso, como se fosse dele a culpa pela minha rebeldia. Ok, aceitei. Rimos do assunto no jantar e o tempo passou.
Pouco tempo. Menos de um mês depois estávamos no carro eu, ela e a Maitê, quando Nina, brava por algum motivo, tentou me ofender dizendo: “sua não-casada”. Oi? Parei o carro na mesma hora e perguntei o que era aquilo. “É isso mesmo, mamãe. Eu acho horrível você não ter casado. Odeio. As pessoas tem que casar primeiro e ter filhos depois! O papai não quer casar com você por que quer casar com outra, será?” Oi??????? Como é que é? Confesso que tentei entender o motivo desse papo, tentei explicar que não existe regra nem ordem para uma família ser feliz…mas nada adiantou. Se tocamos no assunto, ela chora. “Quero que vocês casem amanhã!”, diz. Tá fácil…
Desde então não penso em outra coisa. Odeio ordem, tenho personalidade forte, opinião, cabeça duríssima. Mas o coração é de manteiga e ficou ainda mais derretido quando as meninas nasceram. Sou do tipo que sofre pra dizer não pra qualquer coisa que elas pedem…tento, mas sempre acabo cedendo àqueles olhinhos castanhos, lindos e cheios de vida. Resultado: não tenho mais como fugir. Acho que vou casar.
Ainda não sei quando (desculpa, Nina, mas amanhã não rola) e nem onde (praia, campo, cidade?). Também não sei se quero uma festa grande ou íntima. Buffet, padrinhos, não pensei em nada disso. Mas, vira e mexe, me pego rindo sozinha, feliz, imaginando as carinhas da Nina, da Maitê, do Gui (claro!) ao me verem vestida de noiva. Estou achando emocionante a ideia de entrar de braço dado com meu pai, de ter minha avó no altar, minhas amigas chorando e meus amigos loucos pra curtir logo a festa..não é que, pensando assim, parece que vai ser legal?
Quem diria…Gui! Logo nós dois: tão avessos as convenções, rótulos e regras….vamos ter que “entrar no esquema”. Pode providenciar alianças novas, aliás. Já que é pra casar, quero o serviço completo. Quero cerimônia, festa animada, bebedeira e noite de núpcias. E trate de aproveitar essa noite, viu? Porque na lua-de-mel eu vou quebrar o protocolo mais uma vez e levar duas pequenas a tiracolo.
Ah! Só mais uma coisinha…esqueci de um detalhe…quer casar comigo?

P.S.: Esse é um texto reciclado. Escrevi ano passado mas enrolei tanto para colocar as ideias em prática que o tema voltou a “pauta”em casa esses dias e eu queria falar disso aqui no blog. Não tinha motivo para escrever um outro texto sobre o mesmo assunto, já que esse diz tudo que quero dizer. Vasculhei meu computador, arrumei uma coisinha aqui e outra ali e resolvi compartilhar com vocês,  leitores aqui do blog, que não tinham lido da primeira vez que eu o publiquei no face em 2014. Tomara que ano que vem eu não faça isso de novo por razões de…não cumprir o que prometi!! Rs!

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