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Separação dos pais é tema de conversa

separação

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Nina chegou em casa essa semana com um pedido estranho. “Nunca quero que vocês pensem em separação, mamãe!”. Eu, que estava atolada em prazos e projetos num primeiro momento nem levantei os olhos da tela do computador. De repente me toquei do teor da pergunta. “Oi? Como assim, filha?”, perguntei, já indo até ela.

Separação e medo

Ela estava angustiada. Uma amiga da classe tinha contado da separação dos pais dia desses. Logo depois veio outra novidade: a namorada nova do pai. Segundo Nina a amiga estava sofrendo. O pai não estava mais presente como antes. A mãe estava muito triste. “Mãe, promete que isso nunca vai acontecer aqui?”, implorou.

Num primeiro momento prometi. Até para que ela ficasse em paz. Mas, aos poucos, tentei explicar pra ela que quando um casal se separa ele não se separa dos filhos. Expliquei que as pessoas tem que estar juntas enquanto se amam, se admiram e se respeitam. Que todo mundo tem o direito de tentar de novo se não der certo. Mas que pai e mãe podem se distanciar, encontrar outros amores, mas que nunca se separam dos filhos.

Enquanto explicava via nos olhos da minha filha um medo do futuro. Medo de, assim como a amiga, perder a nossa rotina em família. Perder nossas noites juntos vendo filme na cama. Perder os passeios em família. As viagens só nós quatro. Percebi que talvez não fosse hora de fazer todo aquele discurso politicamente correto.

Mas era importante!

Mesmo assim continuei. Até porque ela precisava ajudar a amiga, conversar com ela. Expliquei então que o amor do pai pela mãe e vice-versa pode acabar, mas a amizade pode continuar. E que, mesmo se isso tiver fim,  o amor pelos filhos é infinito. Pedi que ela dissesse pra amiga ser gentil com a nova namorada do pai, que ela tinha tudo pra ser uma pessoa legal. Disse também que no futuro talvez a mãe encontre um novo amor. E que seria importante apoiar a mãe nesse momento.

Disse pra ela pedir pra amiga pra não escolher lado. Não tomar partido. Eles não eram mais marido e mulher, mas continuavam sendo seu pai e sua mãe.

Falei, falei, falei. E nada. Eu via na carinha da minha filha sua preocupação. Seu medo de perder o pai ou a mãe para outra pessoa. Fiquei em silêncio por alguns minutos olhando profundamente em seus olhos. “Nina, fique tranquila amor. Aqui em casa nós nos amamos. E queremos ficar junto de vocês pra sempre”. Ela suspirou. E voltou a brincar.

 

 

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