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Rio 2016: eu vi a abertura nos EUA

Sentada numa arquibancada montada em frente a um telão de 1200 polegadas do NBC Sports, no Citywalk do Universal Studios, um dos lugares mais agitados de Orlando: foi assim que eu e muitos americanos (e turistas do mundo todo) assistimos a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.
Encontrar um lugarzinho em meio a um mar de gente não foi fácil. Tive que chegar cedo e enfrentar o calorão (38 graus) para garantir um espaço em meio a uma torcida fanática e muito otimista. Kimberly Bass também chegou cedo, mas não teve a mesma sorte. Sem problemas. No meio da galera, em pé, gritava eufórica cada vez que aparecia a imagem de um atleta norte-americano. “Somos os melhores”, dizia, sem falsa modéstia.
Ela não está totalmente errada. Quando o assunto é Olimpíada há que se respeitar os Estados Unidos. No quadro de medalhas dos jogos modernos o país tem mais que o dobro de medalhas em relação ao segundo colocado, União Soviética.
“Ínvestimos no esporte desde que as crianças são pequenas, esse é o segredo. Descobrimos talentos cedo e apostamos neles”, disse uma mãe americana que estava acompanhada de três filhos que vestiam as cores dos Estados Unidos.

Quando o hino nacional brasileiro começou confesso que eu e outros brasileiros ficamos com os olhos marejados. Deu uma saudade louca do nosso país, vontade de estar em casa. Como jornalista eu senti vontade de estar trabalhando (foi opção minha não estar lá, mas enfim…). Os americanos respeitaram, ficaram de pé, mas comoção mesmo aconteceu quando o nadador Michael Phelps, maior medalhista da historia (22 medalhas, sendo 18 de ouro), responsável pela quebra de 37 recordes mundiais, entrou em cena como porta-bandeira. Não só pelo que o atleta representa para o país, mas também pelo que ainda pode fazer nessa edição dos jogos. “Ele voltou melhor, vai dar muito trabalho nas piscinas”, disse Marshall Calvert, se referindo ao retorno do medalhista ao esporte depois de ter anunciado sua aposentadoria em 2012.
Depois de Phelps, as imagens da tenista Serena Williams, do jogador de basquete Draymond Green e da goleira Hope Solo também causaram euforia dos norte-americanos. Por alguns momentos a cerimônia de abertura lembrou uma cerimônia de premiação! Era como se cada um tivesse no peito uma medalha, tamanho o orgulho dos conterrâneos.
Talvez esse seja outro segredo deles. O atleta americano é ovacionado, não importa a modalidade que defenda. Não importa em que lugar do pódio esteja. O que importa é que está dando o melhor de si pelo seu país. E só pelo esforço çe dedicação merece mais aplausos do que críticas.
Esse ano os Estados Unidos foram ao Rio com força total e mais promessas de ouro. Além de Phelps nas piscinas e Serena nas quadras, eles tem entre os destaques a nadadora Katie Ledecky, a jogadora de futebol Carli Loyd,e a ginasta Gabrielle Douglas. Cada um na sua especialidade, eles prometem fazer história. Vou torcer pelo Brasil, óbvio, mas quando o assunto é Olimpíada há que se respeitar os EUA.

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