Hoje é um dia muito especial na minha casa. Pela primeira vez aqui nos Estados Unidos minhas filhas foram para a mesma escola. Pela primeira vez foram de ônibus amarelo (aquele dos filmes). Pela primeira vez Maitê foi para uma escola de “criança grande”, como ela mesma diz. E a primeira vez é sempre assim: marcante. Inesquecível. Amedrontadora.
Digo isso porque sei o frio na barriga que elas sentiram. O medo. Vi a ansiedade no olhar das duas. Mas vi também o prazer de se jogar no desconhecido. Vi o prazer de se sentirem crescendo. Vi a alegria de se perceberem independentes dos pais.
Mãe também sofre
Eu também senti frio na barriga enquanto elas se preparavam para ir a escola, confesso. Também tive medo ao ver as duas entrarem no ônibus e sumirem entre as milhares de crianças. Também tive vontade de chorar (e chorei!!).
Mas sei que é uma fase importante e que elas procuram em mim a força que precisam. Olham pra mim na hora da despedida e eu estou lá, super forte, aplaudindo. Mesmo, por dentro, estando em pedaços. Tenho certeza que precisam do meu sorriso, do meu apoio, do meu incentivo! E eu dou tudo que tenho. E até o que não tenho.
O pai também se esforça para dar tudo isso, mas tem o coração mais mole. Tem mais dificuldade para aceitar que elas estão crescendo. E que, daqui a pouco, não vão mais precisar de nós. Por ele elas seriam nossas eternas bebês!
Assumo que parte de mim também queria isso. Mas acho que um dos meus papéis é ajudá-las a voar. Devagar. Aos poucos. Mas deixando com que saiam de debaixo da minha asa sem medo. Sabendo que estão prontas para o que vem pela frente. E sabendo que, se precisarem de um colo, o ninho vai estar com as portas sempre abertas! Voem, minhas filhas!