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Paternidade e o surgimento de um novo homem

paternidade

Quando nasce um bebê nascem uma mãe e um pai. Mas, em alguns casos, nasce mais do que isso. Nascem também uma nova mulher e um novo homem. Sim, a maternidade e a paternidade transformam as pessoas. Fazem refletir sobre a vida. Mudar de direção. Obrigam a rever prioridades.

Entre as mulheres é comum algumas fazerem uma pausa na carreira quando o bebê chega. Outras decidem parar de vez. Mas o pai tomar essa iniciativa é algo relativamente raro. Trata-se de um movimento diferente que vem crescendo aos poucos. Dele fazem parte homens que fazem questão de vivenciar a paternidade em todos os seus mínimos detalhes. Gente na faixa dos 40 anos que já se realizou profissionalmente e que, mesmo tendo muito a construir ainda, decide puxar o freio de mão do trabalho para poder dar banho no pequeno, levar na escola, preparar o jantar.

Não se trata de gente milionária. Se trata apenas de gente que opta por ganhar menos. Trabalhar menos. Viver mais. Experimentar mais. Aprender mais. Curtir mais os pequenos. Um exemplo dessa nova geração é Sérgio Patrick, um colega de profissão bem sucedido.

Paternidade exercida de verdade

Depois de 20 anos dedicados ao jornalismo ele fez um post no Facebook dia desses dizendo que, a partir daquele momento, seria pai em tempo integral (palavras dele). Agradeceu a emissora que sempre o respeitou, mas disse que agora era hora de ficar com os gêmeos Oliver e Harper, de um ano e quatro meses.

Sergio Patrick exercendo seu melhor papel: a paternidade!

Sergio Patrick mora hoje em Columbus, Ohio. Conversamos por telefone. Enquanto ele abria seu coração  os pequenos assistiam a Galinha Pintadinha no notebook do pai. A “babá eletrônica” é uma das poucas ajudas que o jornalista tem para cuidar dos gêmeos. Além dela restam Lindsay, a mãe – quando volta do trabalho num banco – e a sogra, que mora perto e adora estar presente. Mas, na maior parte do tempo, é dele a missão de cuidar de tudo que diz respeito as crianças. “E eu amo”, ele diz.

Vivendo e aprendendo

O jornalista que cresceu numa família de classe média no Brasil confessa que nunca tinha feito metade das coisas que faz em casa hoje em dia. Como a maioria das pessoas que moram nos EUA, agora ele é craque em lavar, passar, limpar a casa, cozinhar e, principalmente em trocar fralda. Inclusive enquanto a gente conversava ele precisou trocar mais uma!

“Sempre quis ser pai. Quando eles nasceram a enfermeira quis que eu visse uma troca de fraldas e eu me ofereci para trocar sozinho. Sugeri apenas que ela observasse pra me corrigir. Naquele momento acho que minha esposa entendeu o quanto eu queria participar. Quando ela voltou da licença maternidade de quatro meses, que não é comum nos Estados Unidos, eu me vi sozinho com os dois. No começo foi um caos, não posso mentir. Mas hoje temos nossa rotina e é deliciosa”, conta empolgado.

Prioridades…

O jornalista diz que durante algum tempo tentou ajustar a vida de correspondente internacional a criação dos filhos. E disse que conseguiu fazer isso até a posse do novo presidente dos Estados Unidos. “Foi minha última grande cobertura. A partir daí decidi que ía me dedicar mais a eles, que não queria perder nada, nenhuma fase. Hoje trabalho enquanto eles dormem e, à noite, desmaio junto com eles”, diz dando uma gargalhada.

Enquanto testa novas possibilidades de trabalho em plataformas digitais, Patrick foca num mestrado ou algum curso para se especializar, desde que, claro, não atrapalhe os cuidados com os pequenos. “Sair com os dois não é fácil, mas é muito legal. O único problema é que não tem trocador no banheiro masculino, por exemplo, e nem sempre tem aquele banheiro de família. Tudo relacionado a criança é voltado para a mãe. Isso precisa mudar já que vários pais fazem o que eu faço”, explica lembrando que até o atro de Hollywood Ashton Kutcher já fez um campanha nesse sentido.

O papo estava ótimo, eu tinha milhares de perguntas ainda pra fazer… mas a bateria do computador que estava entretendo as crianças acabou. Elas começaram a reclamar atenção do pai. E eu, como mãe, tive que entender. A ligação terminou!

 

 

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