Família Muda Tudo O melhor blog sobre família, pais e filhos, maternidade, enxoval de bebe, vida em Orlando

Luxo: ser dona do próprio tempo

luxo

luxo

Já contei aqui que durante muito tempo achava minha vida um luxo. Trabalhava no que eu gostava. Tinha uma família me esperando numa casa linda. Tinha carro do ano. Bolsa cara. Roupas com nome e sobrenome. Até que um dia eu descobri o verdadeiro significado da palavra luxo. E, pasme! Não tinha nada a ver com aquilo que eu acreditava!

Luxo???

Meu trabalho era o que eu gostava sim, mas o custo era alto. Minha filha caçula tinha 40 dias (e mamava no peito). A mais velha 1 ano e quatro meses. E eu entrava no trabalho as 4 e meia da manhã: que luxo!! Só que não!

Fazia um programa ao vivo que começava as 6 e meia. Não podia errar. Não podia ter cara inchada. Não podia estar rouca e nem com o raciocínio lento. Tinha hora para entrar. Mas não para sair.

O resto do dia era amamentar e tirar leite. Amamentar e tirar leite. E cuidar delas, claro. E da casa. Do marido. Dos outros trabalhos que eu fazia. E assim eu passei quase 1 ano e meio.

Um dia Maitê, acho que com dó de mim, desistiu de mamar. A correria diminuiu. Mas o coração ficou partido e o fôlego não aumentou. O cansaço acumulado era tão grande que as oito da noite continuava impossível falar comigo. Eu não dormia. Desmaiava. Tenho poucas recordações das minhas filhas naquele período. Acho que meu cérebro não tinha espaço para mais nada!

O trabalho me consumia. Minha família apenas me suportava. Minha casa nunca estava como eu gostaria. Meu carro, bolsa, roupas não faziam o menor sentido. Não tinha nada de luxo nessa vida.

Decidir parar!

Decidi mudar. Decidi encarar uma realidade completamente diferente! Ter uma vida bem mais simples. E, engraçado, foi aí que encontrei o luxo de verdade.

Foi aí que me deparei com coisas caras demais, impossíveis de se comprar: meu tempo, minha historia, minha vida. Reencontrei minha família. A casa passou a ficar do meu jeitinho. O carro está sempre com o teto-solar aberto, pro sol entrar. As roupas são as mais coloridas possíveis, pra combinar com meu astral!

Trabalho no que eu gosto ainda, mas encontrei outros caminhos para exercer minha profissão. Encontrei também novas possibilidades. Encontrei os meus horários. Ganho menos. E talvez o glamour, para quem olha de fora, tenha diminuído bastante.

Será mesmo? E, por acaso, tem luxo maior do que levar e pegar as crianças na escola, passear de bicicleta no meio do dia, almoçar com as amigas em plena segunda-feira? Sei lá, mas acho que minha vida – hoje sim – é pura ostentação!!

 

 

 

 

 

Sair da versão mobile