Minhas filhas são iguais. E diferentes. Engraçado. Mesma criação. Mesmos valores. Mesma casa. Mesmos pais e mães. E, mesmo assim, são duas pessoas que não tem nada a ver uma com a outra.
Quando eu digo nada a ver não estou exagerando. Estou falando de diferenças de temperamento e comportamento. De respostas opostas a estímulos bem parecidos. De água e óleo.
Maitê acorda bem humorada as 6h30. Chamo a Nina na mesma hora mas percebo que ela só desperta de verdade depois das 9h. Maitê é generosa. Nina é um pouquinho mais possessiva. Maitê gosta de falar com todo mundo. Nina é tímida. Maitê não experimenta sabores novos por nada desse mundo. Nina come até sashimi com raiz forte. Maitê ama fazer lição. Nina detesta. Maitê dorme cedo. Nina pede mais cinco minutinhos todos os dias. E por aí vai…
Iguais e diferentes
Ao mesmo tempo elas são tão iguais em determinadas coisas que eu nem acredito. As duas são amorosas, carinhosas. As duas tem a mesma maneira de convencer a gente quando querem alguma coisa. As duas gostam de festa, de bagunça, de bala. As duas respeitam os mais velhos. Cuidam dos mais novos. Tem prazer de ajudar.
As duas são educadas quando necessário. Sabem se impor. Sabem o que querem. Se importam com os outros. E é isso, no fundo, que interessa. É isso que eu quero das minhas filhas. O resto é detalhe. Se gostam de comida japonesa ou só de arroz e feijão não interessa. Se terão 500 amigos ou só cinco também não faz diferença. O que importa é o que está lá dentro, que faz parte do que eu e o pai ensinamos pra elas. Da sementinha do bem que plantamos. Se essa semente germinar e virar uma planta já vou ter cumprido minha missão.