Quem tem mais de um filho sabe o dilema que é. Se um faz aniversário o outro quer ganhar presente. Um vai na casa do amigo da escola no fim de semana? O outro quer ir! Um foi convidado pra uma festa? O outro se sente automaticamente convidado pro evento. Pois bem, estamos diante de um dilema de família: criar cada filho como único.
Filho e equilíbrio
Quando digo isso não estou falando apenas de dar amor de maneira equilibrada para os dois. Nem pensei em educação ou coisa parecida. Estou falando de ensinar que cada pessoa é uma, diferente das demais, inclusive dos irmãos. Cada pessoa tem seus amigos, seu professor, seus problemas, suas qualidades. Por isso muitas vezes dá para fazer tudo junto e muitas vezes não.
Aniversário, por exemplo. Nina faz aniversário em junho e Maitê em janeiro. Nas duas datas as duas ganham presente? Claro que não. Passeio com a escola. As duas estão em escolas diferentes, séries diferentes. Se a Maitê tem convite para uma festa significa necessariamente que a Nina foi convidada? Claro que não. Se a Nina é chamada pra dormir na casa da amiga do condomínio, a Maitê também está incluída? Claro que não.
Não é fácil, confesso.
A que “sobra”, a que não ganha o presente, a que não foi lembrada fica triste, chora muitas vezes. Mas, na minha opinião, faz parte do crescimento entender isso: minha irmã e eu somos pessoas diferentes.
Pra ajudar eu sempre tento fazer algo com a que fica. Levo pra um sorvete, um passeio no parquinho. Aproveito pra valorizar esses momentos “a duas” e pra continuar ensinando a importância da individualidade, da unidade. Mostro o quanto ela é importante, enalteço sua personalidade, as características que só ela tem. Não é fácil mas, aos poucos, sinto que elas vão se dando conta de que essa é uma lição pra vida.
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