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Brasil: a gente ama mesmo quando deixa!

Brasil

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Moro nos Estados Unidos há dois anos, mas continuo amando o Brasil. Continuo sofrendo cada vez que leio notícias como as dos últimos dias (especialmente as de ontem). Continuo tensa com a crise. Claro, meus pais, irmão, primos, tios e até minha avó ainda moram no Brasil e isso justifica parte da minha preocupação. Sim, tenho milhares de amigos no país o que também contribui para ficar ligada nas notícias. Mas não é só por isso.

Brasil, eu ainda te amo!

Eu continuo amando o Brasil por causa do brasileiro, esse povo feliz e caloroso das ruas. Pelas paisagens incríveis das praias, do campo ou da floresta. Pelo clima. Pelo acarajé, o baião-de-dois, o arroz com feijão. Pela caipirinha, o sorvete de graviola, o suco de cajú. Pelo carnaval, pela festa junina, pela feijoada.

Continuo amando o Brasil dos sotaques, do pastel de feira, do guaraná. Da paçoca, do brigadeiro e da cocada. Continuo amando o país das frutas, da cachaça e dos beijos na hora de cumprimentar o outro. Continuo louca pela terra do caldo-de-cana, do samba, dos botecos. Do pagode, do sertanejo, das cachoeiras, dos tucano. Sou louca pelo país do futebol.

Mas por que você mudou então?

Eu mudei porque não aguentava ver notícias como essas nos jornais todos os dias. Não aguentava mais ver a corrupção, a roubalheira, o descaso. Não aguentava mais saber que pessoas passam dias na fila dos pronto-socorros. Que pais precisam fazer campanha ou entrar na justiça para conseguir remédio para os filhos. Que crianças ficam sem escola se a mãe não enfrentar semanas de filas.

Cansei de pagar impostos e não ter nada em troca, de ter medo de parar no semáforo, de ser chamada de boba por querer fazer as coisas certas. Cansei de ver gente pedindo esmola, de enfrentar trânsito enlouquecedor, de não poder sair na rua com medo de assalto. Cansei de ter que explicar para as minhas filhas coisas inexplicáveis, como a política brasileira.

Moro hoje num país que me permite exercer minha cidadania. Está longe de ser um paraíso, é verdade, mas aqui minha família e eu temos muito mais segurança, qualidade de vida, oportunidades. Eu deixei o Brasil porque precisava de tudo isso. Mas não odeio meu país. Pelo contrário. E hoje, especialmente, estou triste por ele.

 

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