Se tem uma coisa que eu odeio é generalizar. Sabe aqueles clichês ignorantes que dizem que os chineses são tímidos, os alemães durões, os brasileiros simpáticos e os americanos indiferentes e auto-centrados? É disso que eu estou falando. Tive uma amiga chinesa mais louca que eu, minha professora de alemão era um doce, conheço um monte de brasileiro que não gosta de papo e agora conheço americanos gente fina!
Desde que mudamos pros EUA eu conheci milhares deles. Tem a minha professora de inglês que de tão legal virou amiga, tem a atendente da farmácia que me chama pelo nome e sempre quer saber o que eu fiz no fim de semana, tem a caixa do supermercado que cada semana me pede pra ensinar mais uma palavrinha em português, tem um vizinho que convidou a gente pra jantar na casa dele em troca de experimentar nosso feijão. Cada um do seu jeito, são todos abertos a fazer novos amigos, solidários, simpáticos.
A prova mais recente de que os americanos não indiferentes e nem auto-centrados como o inconsciente coletivo pensa (pelo menos boa parte deles não é assim), está na foto acima. Chegamos de viagem e nos deparamos com um jornal dentro de um saco na porta de casa. O bilhete dizia: “Oi, Vizinhos. Recebemos dois jornais hoje. Quem quer ler dois papéis que tem as mesmas notícias? Tem alguns bons artigos aqui que talvez possam interessar a vocês. Aproveite seu dia dos pais!”.
Achei fofo demais. Até porque quem deixou esse jornal na nossa porta foi uma vizinha bem velhinha (ela colocou o endereço) que eu vejo todas as manhãs e a quem cumprimento rapidamente. Nunca entendi o nome dela, porque não consigo escutar direito o que ela diz e muito menos entender seu sotaque. Mas agora descobri que seu nome é Thelma. Adorei. A Thelma é mais uma americana gente fina!