Resisti o quanto pude em deixar minha casa, minhas coisas pra trás. Mas ontem as notícias do furacão Irma ficaram mais preocupantes e me fizeram mudar os planos. Estamos arrumando as coisas para ir a um abrigo. Um hotel da Disney preparado para furacões e que, num momento como esse, abriu exceção e vai receber TODA minha família (o que inclui minhas filhas peludas).
A pergunta nesse momento é: o que levar diante da possibilidade do telhado da sua casa voar? Documentos, óbvio. Algumas peças de roupa, claro. Mas e as lembranças mais importantes? Fotos antigas? Objetos marcantes? Coisas que antigas que fazem parte da nossa história? Como deixar tudo isso pra trás?
Não sou apegada. Muito pelo contrário. Prova disso é que mudei de cidade e de casa milhões de vezes na vida. Mudei de país. Mas, em todas essas situações, minhas coisas não corriam risco. Estavam protegidas de alguma maneira. Agora é diferente.
Claro que esse é o pior dos cenários e que pode ser que nada aconteça. Pode ser que terça-feira a vida volte ao normal. E é isso para isso que estamos torcendo, rezando, claro. Mas a possibilidade de um grande estrago acontecer é enorme e, infelizmente, não temos ideia de como vamos encontrar nossa casa quando voltarmos do abrigo.
A sensação é de absoluta impotência. Insegurança. Medo. Óbvio que o mais importante está seguro e é isso que importa. Claro que nossas vidas estarem protegidas é o principal, mas não consigo conter meus pensamentos, o que eu posso fazer?
Enfim, não há tempo pra lamentações. O governo divulgou um toque de recolher hoje as 2 da tarde. Depois disso ninguém pode sair nas ruas. Por isso é hora de focar no que levar para o abrigo. Fazer as malas e caprichar nas orações. Que Deus olhe por todos nós!