Hoje uma amiga completa 40 anos. Nos encontramos semana passada e ela estava chocada. “Como o tempo voou!” disse ela. Segundo essa minha amiga, um dia ela tinha 18 anos. Piscou. Fez 40. “Você também sente isso?”, perguntou ela. “Sinto”, respondi, às vésperas dos 42 anos. E fui pra casa pensando. Sinto isso sim. Mas acho que sinto muito mais.

40 anos tudo muda

Sinto que ao fazer 40 anos minha pele mudou. Meu cabelo está diferente sim. Talvez meu sorriso já não seja o mesmo. Sinto que as rugas estão aparecendo mais. Tenho cabelinhos brancos e rebeldes surgindo aqui e ali. Mas, mais do que tudo isso, sinto que eu mudei por dentro.

Sinto que a vida passa tão rápido que não tenho tempo a perder. Sinto que não tenho mais disposição para fazer média com quem não merece meus valiosos minutos. Sinto que sei quem gosta de mim e quem se interessa pelo que posso proporcionar.

Parece que tudo que perdi, perto do tanto que ganhei, perde a importância. Não tenho mais a juventude, mas ganhei experiência. Não tenho mais a pele lisinha e radiante, mas tenho marcas e cicatrizes de coisas importantes que passei e que me fizeram ser o que sou hoje. Sinto que não tenho mais o coração tão puro, mas é mais difícil me machucar do que antes.

Claro que adoraria voltar aos meus 20 anos. Mas desde que eu tivesse a cabeça que tenho hoje. Caso contrário prefiro meus 41, quase 42 mesmo. Quando eu era mais nova ouvia os adultos dizerem isso e não entendia. Hoje dessa frase faz todo sentido pra mim.

Se eu pudesse dar um conselho pra essa minha amiga que está completando 40 anos eu diria: esqueça o que está do lado de for. Foque no que está do lado de dentro. Se cuide, claro. Se ame. Tenha vaidade. Mas gaste mais tempo lendo do que procurando tratamentos estéticos. Passe mais tempo com quem te ama. E fazendo o que você ama. Porque é bem isso. A gente te 18. Pisca e tem 40. Pisca de novo e tem 80.